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 Lexico Do Treino



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Fundamentos e principios do treino

 

 

A


Adaptação ao treino: transformações produzidas pela repetição sistemática do exercício. (Bompa, 2003)
Adaptação em desporto: reacção do organismo e dos seus sistemas funcionais e orgânicos sob o efeito de um plano funcional e estrutural do regime das cargas de treino. De acordo com Platonov (1991), a adaptação biológica é designada como um conjunto de reacções que têm como fundamento a adaptação do organismo às trocas com o meio envolvente (factores exógenos) e que tendem a manter a estabilidade relativa do meio interno (factores endógenos), ou seja, a homeostasia.
Adaptação: Conjunto de reacções e modificações funcionais e morfológicas desencadeadas por estimulações exteriores ou interiores; propriedades dos organismos vivos se conformarem às necessidades do seu modo de vida no que respeita à morfologia, ao funcionamento, ao rendimento, ao comportamento. A propriedade de conservar o equilíbrio do organismo com o meio exterior e de procurar criar permanentemente o equilíbrio entre os diferentes sistemas que constituem o organismo humano. (Raposo, 2000)
Adaptação: é a capacidade de um sistema ou órgão para se juntar ao esforço ou sobrecarga adicional, a partir do aumento de força ou função. (Bompa, 2003)
Adaptação: é um processo de auto-regulação do organismo do atleta que se modifica funcional e morfologicamente, reagindo aos diversos estímulos (exercícios e sequências organizadas de exercícios) organizados sistematicamente no processo de preparação, optimizando os mecanismos de resposta. (Platonov, 1991)
Adaptação: modificações estruturais ou funcionais, persistentes, em particular na consequência dos aumentos da carga de treino. (Bompa, 2003)


C


Capacidade de performance (desportiva): representa o grau de melhoramento possível de uma certa actividade motora desportiva e, inscrevendo-se num quadro complexo, está condicionada por uma pluralidade de factores específicos. (Weineck, 2002).
Carga de treino: designa o estímulo ou stress que é imposto a um praticante desportivo no quadro da realização de exercícios de preparação ou de situações de competição. Estes estímulos, de forma objectiva e intencional procuram induzir estados de fadiga controlada orientados para a obtenção de adaptações específicas. (Platonov, 1991)
Carga de treino: o trabalho muscular que activa o potencial de adaptação próprio da fase de desenvolvimento em que se encontra o atleta, no sentido de promover alterações positivas na sua capacidade de intervenção em situação de competição. (Verkhoshansky, 2002)
Carga: Palavra que indica a dose de actividade física, geralmente aplicada ao treino. Em medicamentos diz-se dose, em actividade física diz-se carga. A carga compõe-se de quatro parâmetros: o tipo de actividade, a duração, a frequência semanal e sobretudo a intensidade do esforço. (Barata, 2003)
Cargabilidade: Capacidade que o atleta apresenta de suportar a carga de treino
Corresponde à determinação de um nível óptimo da solicitação das componentes estruturais (fisiológicas, técnico-tácticas, psicológicas) durante a aplicação de uma carga sem que se incorra no risco de provocar efeitos nocivos para o atleta (lesões, estados emocionais negativos, etc.)


D


Densidade de um exercício: indica a relação que se estabelece entre a duração dos períodos de esforço e dos períodos de pausa, no âmbito da unidade ou do ciclo de treino considerado. (Platonov, 1991)
Desempenho desportivo: também conhecido pelo termo inglês “performance”, o resultado, obtido em competição, que expressa as possibilidades máximas individuais numa determinada disciplina desportiva, num determinado momento de desenvolvimento do atleta e da época de preparação. (Platonov, 1991)
Destreino: inversão das adaptações ao exercício. Quando se produz uma redução relevante do trabalho, os efeitos do destreino são mais rápidos que os progressos de treino. (Bompa, 2003)
Destreino: processo que resulta de uma paragem ou abandono da execução de estímulos, mais ou menos intensos, a qual pode levar a alterações físicas e psíquicas do atleta, incluindo a redução do estado de treino. (Bompa, 2003)


E


Efeito imediato: aquele que se verifica no final de uma sessão de treino. É normalmente caracterizado por um aumento do nível de capacidade de trabalho, por um menor grau de exaustão dos recursos energéticos do organismo. (Raposo, 2000)
Efeito imediato: aquele que se verifica no final de uma sessão de treino e é caracterizado por um abaixamento do nível de capacidade de trabalho, por uma maior ou menor grau de exaustão dos recursos energéticos do organismo. (Vasconcelos, 2002)
Efeito retardado: aquele em que o efeito imediato se transforma, em função do tempo de recuperação existente entre cada sessão ou conjunto de sessões, numa melhoria do rendimento ou elevação do limiar de activação. Pode ser caracterizado por 3 níveis: de sub-recuperação; de recuperação simples ou de super-recuperação (supercompensação).
- Nível de recuperação simples: prende-se com a recuperação praticamente completa ou simples, após cada sessão de treino. Neste caso, uma carga é aplicada no mesmo nível da sessão anterior;
    - Nível de sub-recuperação: caracteriza-se de grosso modo, pela sub-recuperação da capacidade do organismo, devido à aplicação da carga de treino. Esta recuperação é incompleta, não chegando sequer ao nível inicial com que se partiu para a primeira sessão. Para que a nova carga seja aplicada nesta fase, é necessário que o intervalo entra cada sessão seja curto.
    - Nível de super-recuperação (supercompensação): permite conduzir as respectivas sessões de treino aumentando a quantidade e a qualidade de trabalho. Está ligado ao fenómeno da supercompensação. (Raposo, 2000)
Efeito retardado: resulta da transformação do efeito imediato, em função do tempo de recuperação existente entre cada sessão ou conjunto de sessões, e tem como consequência a melhoria do rendimento ou a elevação do limiar de activação. (Vasconcelos, 2002)
Efeito somativo: o resultado da combinação dos efeitos imediato e retardado das sessões de treino, o qual se corporiza na aquisição ou na melhoria dos estados de preparação, com base em reestruturações adaptativas, mais ou menos profundas, das estruturas biológicas e das funções do organismo. (Vasconcelos, 2002)
Efeito somativo: resultado da combinação dos efeitos imediatos e retardados das sessões de treino, o qual se corporiza na aquisição ou na melhoria dos estados de preparação, com base em reestruturações adaptativas, mais ou menos profundas, das estruturas biológicas e das funções do organismo. (Raposo, 2000)
Efeitos acumulados da carga: compreendem o conjunto de variações bioquímicas e morfo-funcionais que ocorrem num período longo de tempo. Estas variações são o resultado da soma de uma grande quantidade de efeitos permanentes e imediatos decorrentes dos exercícios de treino que são executados sessão após sessão. Fala-se, a este respeito, de efeitos crónicos da carga de treino. Esta adaptação epigenética ou de longo prazo ocorre quando se criam o treino provoca um conjunto modificações funcionais que permanecem estáveis após o termo da estimulação. (Platonov, 1991)
Efeitos do treino: conjunto de modificações verificadas no organismo, em consequência dos diferentes estímulos de treino. (Vasconcelos, 2002)
Efeitos imediatos da carga (ajustamentos): são representados pelas variações bioquímicas e funcionais que se estabelecem durante e imediatamente a seguir ao esforço, no início da recuperação. È exemplo deste tipo de efeitos a alteração na frequência cardíaca durante e após qualquer exercício físico. Fala-se, a este respeito, também, de efeitos agudos do exercício, que são passageiros e que se não forem sujeitos a um processo de repetição sistemática, não deixarão traços permanentes no organismo. (Platonov, 1991)
Efeitos permanentes da carga: são constituídos por alterações que persistem para além do tempo de exercício e da sua recuperação imediata. Têm a ver com processos fisiológicos que estão na base das modificações funcionais tendentes a uma melhor adaptação ao exercício. São exemplos dos efeitos permanentes da carga as alterações morfológicas no tecido muscular (hipertrofia) como resultado do treino da força ou o aumento da actividade hormonal no espaço de tempo considerado. (Platonov, 1991)
Especificidade do Treino: Principio utilizado na elaboração de um programa de treino para uma actividade ou habilidade específica e para os sistemas primários de energia que participam de sua realização. Por exemplo, o programa de treino para velocistas deveria consistir em séries repetidas de piques, a fim de desenvolver tanto o desempenho em alta velocidade quanto o sistema ATP-PC. (Fox, 1991)
Especificidade: é o princípio que recomenda o treino exclusivo da parte do sistema ou do corpo que esteja a receber a sobrecarga. A adaptação fisiológica será específica para esta parte do corpo. (Weineck, 2002)
Estado de treino: reflecte a adaptação biológica geral do organismo. (Platonov, 2001)
Exercícios: são actividades físicas repetidas, estereotipadas, que visam a obtenção dum objectivo concreto. (Barata, 2003)



F


Fase de alarme: corresponde à primeira reacção de adaptação e surge como resposta ao choque provocado pelo estímulo. A resposta consiste na intensificação do metabolismo para o crescimento da produção de energia. Caso o estímulo não cesse, verifica-se um progressivo esgotamento das possibilidades de fornecimento de energia fazendo com que surjam as reacções defensivas do organismo e que, na prática, é a sensação de fadiga manifestada pelo atleta. (Raposo, 2000)
Fase de esgotamento: quando a estimulação é prolongada ou as exigências em relação às possibilidades de reposta do organismo são extremamente intensas, poderá aparecer esta fase. O seu surgimento é resultante da ausência de possibilidade do organismo repôs o material plástico necessário para substituir as estruturas celulares mobilizadas. (Raposo, 2000)
Fase de resistência: fase seguinte à fase de alarme. Quando o estímulo é repetido de forma sistemática, a resposta imediata de adaptação reproduz-se muitas vezes, entrando o processo de adaptação na fase de resistência. O tempo de obtenção dessa fase é longo (semanas ou meses) e é determinado pela capacidade do organismo me suportar a intensidade da estimulação (carga de treino). (Raposo, 2000)


G


Grandeza da carga: é determinada pela importância das solicitações (fraca, média, elevada ou máxima) exigidas aos praticantes, sendo avaliada sob duas perspectivas, que constituem as duas faces da mesma moeda: a carga interna e a carga externa. A carga externa é caracterizada por índices externos, que dizem respeito, simplesmente, às tarefas que os atletas devem cumprir numa sessão de treino. No fundo, a carga externa é tudo aquilo que é proposto ao atleta, em termos de realização de exercícios, onde é definido o exercício ou as suas condições aplicação: duração, frequência (número de repetições), velocidade de deslocamento ou velocidade de execução, totalidade de metros percorridos, quilos de peso utilizados em exercícios de força, número de exercícios utilizados numa sessão de treino, etc. A carga interna corresponde à repercussão que o exercício realizado tem nos diferentes recursos orgânicos do praticante, energéticos e neuro-musculares, principalmente. Tem a ver, então, com o grau de mobilização das possibilidades funcionais do organismo, embora devam ser aqui integrados f actores de índole diversa, como o envolvimento afectivo e emocional do atleta, a tensão psíquica associada ao exercício ou a complexidade coordenativa por ele exigida. (Bompa, 2003)


I



Intensidade de um exercício: representa o nível de empenho exigido ao praticante. A intensidade de um exercício faz sempre referência a um grau de utilização dos recursos e do potencial próprios do atleta, em relação à sua capacidade máxima de execução, para as mesmas condições de prática. (Platonov, 1991)


N


Natureza da carga: é definida pela qualidade ou capacidade que é potenciada (no plano físico, técnico ou psicológico) e pela solicitação energética ou aptidão funcional predominantemente solicitada (trabalho láctico, desenvolvimento do limiar anaeróbio, etc.). (Bompa, 2003)
Neste âmbito, importa distinguir:


O



Overtraining: Também chamado de síndrome de super-treino, acontece quando o atleta força progressivamente o seu treino, causando uma grande queda no rendimento. O corpo perde a capacidade de se recuperar das sobrecargas sucessivas e entra em perda. Os sintomas são parecidos com as consequências naturais de um treino forte, mas são crónicos. Costuma ser mais comum nos atletas que treinam para provas de longa duração, mas pode ocorrer com todo tipo de desportistas. (Bompa, 2003)


P



Potência: Tal como em Física, entende-se como a máxima quantidade de trabalho realizado por segundo. Os esforços de alta potência são puramente anaeróbios. A potência máxima chama-se explosiva. (Barata, 2003)
Princípio da ciclicidade: A ciclicidade da carga tem a ver com a sua repetição sistemática a intervalos de duração variável. A forma típica de distribuição da carga ao longo do tempo é a de uma alternância cíclica. A alternância indica a existência de uma sucessão de cargas que mudam de natureza e de grandeza periodicamente, tais como por exemplo:
Princípio da continuidade: segundo este princípio metodológico, o treino só produz adaptações se for realizado de uma forma sistemática, ou seja, se houver uma solicitação repetida ao longo de um período significativo de tempo. A estabilidade das adaptações de treino depende da quantidade de carga realizada ao longo de um determinado período de tempo, mas também do tempo utilizado para as obter. Assim, quanto mais longo for o período de preparação, mais estáveis serão as aquisições decorrentes do processo de treino. Daí que não é possível encarar como séria uma actividade desportiva em que não esteja assegurada uma continuidade da actividade de preparação e competição. (Verkhoshansky, 2002)
Princípio da Especificidade: O princípio da especificidade é aquele que impõe, como ponto essencial que o treino deve ser concebido a partir dos requisitos próprios do desempenho desportivo em termos de qualidade física interveniente, sistema energético preponderante, segmentos corporais e coordenação motora utilizados. Este princípio reflectir-se-á em duas amplas categorias de fundamentos fisiológicos: os aspectos metabólicos e os aspectos neuro-musculares. De acordo com este princípio, as adaptações decorrem das características espácio-temporais do movimento realizado ou seja, dos grupos musculares mobilizados e dos ângulos articulares utilizados mas também da intensidade do exercício com a solicitação metabólica que lhe é inerente. (Verkhoshansky, 2002)
Princípio da individualização: segundo este princípio metodológico, a individualização da carga só é possível se houver a possibilidade de se realizar uma relação carga externa – carga interna óptima. Isto significa que é necessário conhecer o atleta ao ponto de saber qual o impacto interno que certos exercícios têm nele, assim como saber prever com bastante segurança quais os níveis de carga (volume e intensidade) ideais para solicitar o desenvolvimento de uma qualquer qualidade ou capacidade. Cada atleta tem um limite individual de adaptação para cada tipo de carga de trabalho ou de treino, o qual se vai alterando com a idade, de forma que aumenta até que o sujeito alcance o desenvolvimento máximo e maturação, mas que diminui com o envelhecimento. (Verkhoshansky, 2002)
Princípio da multilateralidade: segundo este princípio metodológico, é fundamental que esta multilateralidade seja vista como um processo a longo prazo que assente em bases alargadas de aquisições de modo a que, quando chegar a altura de promover uma preparação específica para uma dada competição o atleta possua um potencial de desenvolvimento superior. A multilateralidade diz respeito a todos os factores do desempenho desportivo, às capacidades motoras, à habilidade técnica e ao saber táctico, às qualidades psíquicas. Um desenvolvimento unilateral reduz as capacidades de evolução posteriores do atleta, principalmente se é iniciado numa idade jovem. Com o respeito por este princípio pretende-se cumprir os seguintes objectivos:
- A preparação geral e a preparação especial e específica.
- As capacidades motoras que se estão a trabalhar com maior profundidade – força e resistência, por exemplo.
- As sessões ou os períodos de preparação mais longos de grande nível de carga com outros de nível de carga baixo ou moderado.
- Carga limite: comporta riscos elevados para a saúde e integridade física e psicológica do atleta aplicação continuada conduz a fadiga crónica ou sobretreino
- Carga máxima: referência fundamental no doseamento da carga e na avaliação da capacidade actual do atleta.
- Fomentar uma relação sólida e óptima entre aperfeiçoamento técnico e desenvolvimento das capacidades motoras;
- Impor uma solicitação equilibrada das várias capacidades físicas – impedir uma evolução de um atleta que redunde na posse de fortes massas musculares mas lacunas evidentes de flexibilidade ou sem base de resistência, por exemplo;
- Necessidade de evitar a monotonia das cargas de treino sempre iguais, o que constitui um risco muito provável de aparecimento de estagnação na evolução, favorecendo, igualmente, o aparecimento do sobretreino;
- O aperfeiçoamento de elementos que podem contribuir para o sucesso competitivo mas que não são suficientemente importantes para serem objecto de uma solicitação específica regular.
- O volume e a intensidade da carga.
- Obter do atleta a máxima capacidade de suportar a carga de treino, o que implica a existência prévia de uma grande variedade de estímulos de treino uma base alargada de capacidades e aptidões.
- Procurar novas formas de preparação que promovam a melhoria do desempenho;
- Um desenvolvimento harmonioso do ponto de vista somático, ou seja, promover o fortalecimento de todos os grupos musculares do corpo.
A alternância dos estímulos garante uma construção multilateral e completa, a ciclicidade garante a repetição e, primeiro, o crescimento, depois, a manutenção da grandeza da carga, consequentemente, da variação e desenvolvimento das capacidades motoras e da execução técnica do atleta. (Verkhoshansky, 2002)
A multilateralidade surge ainda como uma das regras básicas do treino no atleta jovem, sendo considerada como uma condição necessária para uma formação desportiva adequada, o que será desenvolvido no âmbito desta temática. (Verkhoshansky, 2002)
Princípio da progressão: segundo este princípio metodológico, o efeito de uma carga de treino não é constante e imutável, ainda que se trate da sua aplicação ao mesmo indivíduo, ao longo de um período de tempo relativamente curto. Com o aumento do estado de treino, as cargas não se revestem de igual impacto sobre a homeostasia e produzem modificações cada vez menos marcadas sobre o equilíbrio bioquímico do organismo. Os fenómenos de adaptação tornam-se, assim, cada vez menos visíveis. Sem dúvida que as modificações na estrutura do treino permitem novos processos de adaptação. As cargas de treino padronizadas e com pouca variação conduzem inevitavelmente à estagnação do desenvolvimento das capacidades. Deste modo, será progressivamente mais difícil envolver a fundo o sujeito que se prepara com continuidade e será, então, necessário procurar situações de exercício mais exigentes.
Princípio da Reversibilidade: O princípio da reversibilidade do treino declara que, do mesmo modo que a actividade física regular resulta em adaptações fisiológicas determinadas que permitem melhores desempenhos desportivos, assim interromper ou reduzir de um modo importante o nível de treino leva a uma reversão parcial ou completa destas adaptações, comprometendo a capacidade de desempenho anteriormente mostrada. Assim, durante um período de interrupção da actividade em atletas bem treinados observam-se alguns efeitos no desempenho, designados por destreino, e que constituem processos de reversão das adaptações orgânicas provocadas pelo exercício sistemático. (Verkhoshansky, 2002)
Princípio da Sobrecarga: são as modificações ocorridas no organismo dos atletas, melhorando a sua capacidade de desempenho, sendo que, para isso, o exercício seja executado numa duração e intensidade suficientes que provoquem uma activação óptima dos mecanismos energéticos, musculares e mentais. Implícita na própria noção de “adaptação de treino” está a ideia de que apenas estímulos que perturbem de uma maneira importante o equilíbrio metabólico ou de regulação de uma determinada função serão indutores do processo de reorganização interna conducente ao surgir de uma capacidade de resposta superior. A noção de sobrecarga implica a adequação das cargas de treino a par e passo com a mutação constante da capacidade máxima do indivíduo, ou seja, leva à organização de uma progressão dos exercícios de treino no que diz respeito às componentes da carga, noção que será explicitada mais à frente (princípio metodológico da progressão das cargas de treino). (Verkhoshansky, 2002)
Princípio de Sobrecarga: Aumento progressivo na intensidade das sessões de trabalho no transcorrer de um programa de treino, à medida que aumenta a aptidão. (Fox, 1991)
Princípio do Heterocronismo: manifesta-se pela diversidade da duração inerente ao processo de evolução das diferentes componentes do desempenho, em função das transformações ocorridas no organismo decorrentes da solicitação selectiva de órgãos e sistemas pelas cargas de treino. Existem capacidades que necessitam de um tempo longo de estimulação para que ocorra supercompensação, enquanto outras reagem num período de tempo relativamente curto. Por exemplo, a resistência aeróbia exige, pelo menos, 20 a 40 dias de solicitação sistemática para atingir valores elevados enquanto que algumas adaptações neuro-musculares, como a força rápida, podem sofrer acréscimos importantes num período de tempo mais restrito. Este fenómeno representado pelos tempos diferenciados exigidos por cada capacidade para que se atinjam níveis de adaptação importantes, é designado por heterocronismo das funções biológicas. O heterocronismo dos processos de recuperação e de supercompensação das várias capacidades e funções fisiológicas, surge também na velocidade com que as adaptações se perdem com a interrupção ou a diminuição da carga de treino, temática já referida no âmbito do princípio da reversibilidade. A relação existente entre tempo de aquisição e tempo de regressão depende de capacidade para capacidade. As aquisições técnicas são aquelas que parecem ser mais estáveis, podendo durar para toda a vida, independentemente do nível das capacidades físicas. (Verkhoshansky, 2002).


R


Reversibilidade: é o princípio que constata a reversão gradual do corpo ao estádio de pré-treino, quando há interrupção dos exercícios. (Tubino, Tubino, & Garrido, 2007)


S


Síndrome Geral de Adaptação (SGA): existência de situações estimuladores que provocam no organismo humano uma serie de reacções fisiológicas que alteram o equilíbrio homeostático, provocando simultaneamente uma serie de reacções atípicas, independentes da natureza dos estímulos (aumento da actividade das glândulas supra-renais; atrofia do sistema metabólico das gorduras; perda de peso, entre outras). (Platonov, 1991)
Supercompensação: Nome dado aos efeitos positivos e negativos do esforço de um treino ou de um ciclo de treinos. Depois de um treino, em que o atleta exige do seu metabolismo mais do que ele está acostumado a desempenhar, o corpo recupera-se do esforço e prepara-se para uma nova sobrecarga. Isso causa uma melhoria na condição física. (Platonov & Bulatova, 2003)
Supercompensação: Processo que se refere principalmente às relações entre o trabalho e a regeneração como bases biológicas do crescimento físico e psicológico antes de uma competição principal. (Bompa, 2003)


T



Treinabilidade ou Capacidade potencial de treino: a capacidade que um individuo tem de se adaptar a cargas de treino sucessivas durante um certo número de anos. Trata-se de uma grandeza dinâmica que depende tanto de factores endógenos como exógenos. (Weineck, 2002).
Treinabilidade: exprime o grau de adaptabilidade e de modificação positiva do estado informacional, funcional e afectivo dos praticantes, como resultado dos efeitos dos exercícios de treino. Define uma visão integrada e a longo prazo do desenvolvimento do atleta. (Verkhoshansky, 2002)


V



Velocidade: as capacidades de velocidade do atleta são um conjunto de propriedades funcionais que permitem a execuçao de acçoes motoras num tempo minimo. (Platonov & Bulatova, 2003)
Volume: expressa, assim, a duração da influência da carga e o total do trabalho realizado. Pode ser referido a um exercício de treino, a uma sessão de treino ou a períodos de preparação mais longos. O volume sistematiza os efeitos da carga pretendidos desde que permaneça subordinado á capacidade do atleta trabalhar à intensidade pretendida. O volume de um exercício deverá ser considerado excessivo e, portanto, não adequado ao atleta, sempre que force uma diminuição da intensidade prevista. (Platonov, 1991)